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Textos Reflexivos

A difícil arte de compartilhar brinquedo

Diante da menor ameaça de perda, lá vem ele: “É meu!” O que é meu? Tudo. Os seus brinquedos, os brinquedos dos outros, os seus objetos de desejo, mais a mamãe, o papai e tudo que estiver ao seu redor. O ato ou o conceito de compartilhar não faz sentido nenhum para as crianças que têm entre 2 e 3 anos de idade. E estar consciente disso é a chave fundamental para que os pais possam administrar corretamente um problema comum nessa fase: a luta por um brinquedo. Não, não se trata de mesquinharia. Acontece que, segundo os especialistas, para essa criança, os objetos ainda representam uma espécie de extensão dela mesma, e quando ela briga pelo que lhe pertence, está, em essência, defendendo a si própria.

Negociar é preciso. O papel dos pais é bastante limitado. É importante que a criança tenha a chance de viver a seu modo essa fase e faça suas próprias descobertas. Mas algumas medidas simples ajudam a prevenir problemas.

Uma negociação antecipada, por exemplo, pode ser uma boa saída. Sempre que seu filho for receber um amiguinho em casa, proponha que ele eleja os brinquedos que deseja dividir com o visitante e, da mesma forma, aqueles que serão inacessíveis ao amigo. Então, guarde junto com a criança os brinquedos proibidos.

Quando for ele o visitante, permita que leve um brinquedo de casa, desde que tenha intenção de compartilhá-lo.
Quando o conflito resultar em agressão física, mostre claramente que desaprova essa atitude.

Se a fúria da criança beirar o descontrole, cuidado para não entrar nesse mesmo movimento. Os chiliques infantis exigem diplomacia redobrada.

De uma maneira geral, a tendência é as brigas acabarem a partir do terceiro ano de idade, que é quando a criança passa a criar interesse pelas brincadeiras coletivas, aceita melhor as regras externas e começa a perceber que seus atos e atitudes têm consequência sobre a vida dos outros. Até lá, atenção, limite, amor e paciência são as armas adequadas para usar com seu pequeno guerreiro.

Fonte: Maria Isabel de Almeida, terapeuta ocupacional.



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